Carta escrita pela vítima contribui para a absolvição do cantor em Manaus Manaus (AM) – A Justiça do Amazonas absolveu o cantor Diego Damasceno, de 29 anos, da acusação de agressão contra sua ex-companheira, Kaline Milena, de 30. A decisão surpreendeu muitos, principalmente porque Kaline relatou agressões físicas em entrevistas anteriores. No entanto, a Justiça se baseou em falta de provas concretas e no recuo da vítima durante a audiência.
Kaline escreveu uma carta à Justiça e alegou que agiu sob forte emoção, movida pela raiva. Além disso, ela afirmou que havia ingerido bebida alcoólica, assim como o cantor, na noite do ocorrido. A discussão, segundo ela, começou por ciúmes. Dessa forma, Kaline admitiu que deu início à briga ao jogar um carregador contra Diego.
Logo após a divulgação da decisão, Kaline publicou em suas redes sociais:
“Não espere que as pessoas entendam, é em você que dói, não nelas.”
Essa declaração reforçou sua intenção de encerrar o episódio judicial.
Ministério Público explica por que não prosseguiu com o caso O Ministério Público do Amazonas (MPAM) emitiu uma nota oficial para esclarecer os motivos que levaram à absolvição. Segundo o promotor Davi Santana da Câmara, Kaline não confirmou as acusações durante a audiência de instrução e julgamento. Por esse motivo, o MP considerou legalmente inviável seguir com o processo.
Antes da audiência, uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos e assistentes sociais atendeu Kaline. Ela recebeu orientação sobre seus direitos e possíveis consequências. Mesmo assim, optou por não manter a acusação feita à polícia .
Consequentemente, sem depoimento e sem testemunhas, o Ministério Público concluiu que não poderia fabricar provas. De acordo com a legislação vigente, nenhuma pessoa pode ser condenada apenas com base no que foi dito na delegacia, sem confirmação posterior.
Apesar da carta, vítima relatou agressões graves à imprensa Apesar da mudança de versão, Kaline detalhou anteriormente à imprensa os momentos de agressão. Ela afirmou que sofreu socos dentro do carro, enquanto o casal voltava para casa. Segundo ela, Diego não parou o carro, mesmo diante de seus gritos.
“Quando chegamos no condomínio, ele mandou que eu me limpasse porque estava toda ensanguentada”, relatou Kaline.
Além disso, Kaline mencionou outros episódios de violência no relacionamento. Ela destacou agressões ocorridas em julho e outubro do ano passado, apontando o cantor como uma pessoa extremamente ciumenta.
Defesa comemora a decisão e cantor deixa o sistema prisional A advogada de Diego, Leiliane Nobrega, comemorou a decisão da Justiça nas redes sociais. Ela escreveu:
“Justiça foi feita. A verdade sempre prevalece.”
Antes de se apresentar, Diego foi considerado foragido. Além disso, sofreu ameaças de grupos criminosos após o caso ganhar grande repercussão. A Justiça expediu o alvará de soltura nesta semana, encerrando sua breve passagem pelo sistema prisional.
Caso gera debates sobre violência doméstica e a atuação da Justiça A absolvição do cantor acusado de agressão em Manaus continua gerando discussões intensas nas redes sociais. Muitos internautas questionam se a Justiça deveria depender exclusivamente da palavra da vítima. Por outro lado, outros defendem que Kaline tem o direito de reavaliar sua decisão e mudar de opinião, especialmente em um momento emocionalmente conturbado.
Casos como esse levantam um ponto crucial: como o sistema judiciário deve agir quando a vítima se cala? Embora a Justiça deva proteger os direitos dos envolvidos, também precisa garantir que nenhum acusado seja condenado sem provas consistentes.
Dessa forma, especialistas defendem medidas mais eficazes para proteger mulheres em situação de violência e instrumentos legais que não dependam exclusivamente do depoimento da vítima.