O caso reacende discussões sobre alimentação especial, saúde infantil e limites nas regras escolares
Uma mãe entrou na Justiça contra uma escola particular depois que a instituição proibiu que sua filha, de 8 anos e diagnosticada com doença celíaca, consumisse um bolo de cenoura sem glúten enviado de casa. O episódio, que ganhou grande repercussão nas redes sociais, escancarou o despreparo de muitas escolas diante de realidades alimentares específicas.
A mãe preparou o bolo com ingredientes seguros e embalou cuidadosamente o lanche, com o objetivo de proteger a saúde da filha. Mesmo assim, a escola aplicou uma advertência e classificou a ação como uma infração das normas internas, que vetam alimentos preparados fora da cantina ou fornecedores oficiais.
A posição da escola A escola justificou a proibição dizendo que precisa garantir a segurança alimentar de todos os alunos. A direção afirmou que só permite alimentos de fornecedores credenciados para evitar riscos de contaminação e possíveis reações alérgicas.
Mesmo sabendo da condição celíaca da criança, a escola manteve sua decisão, o que levou a mãe a buscar apoio jurídico.
A resposta da família A mãe recorreu à Justiça com o argumento de que agiu em defesa da saúde da filha. Segundo sua advogada, ela avisou a escola sobre a condição médica e tomou todos os cuidados durante o preparo do bolo.
“A mãe agiu com responsabilidade e atenção. Ela só queria garantir que a filha comesse com segurança”, explicou a defensora.
Profissionais de Direito Educacional e Saúde Pública criticaram a postura da escola. Para eles, as regras precisam ser adaptadas quando envolvem questões médicas.
“O direito à alimentação adequada e segura é inegociável. A escola não pode ignorar condições de saúde em nome da padronização”, comentou o professor
Repercussão nas redes sociais Internautas reagiram com indignação. A hashtag #JustiçaParaAMãeDoBolo alcançou milhares de compartilhamentos, com relatos de outras famílias que enfrentam situações parecidas.
“Minha filha também é celíaca. Já passei por isso e sei como é frustrante ver a escola não entender a gravidade”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter).
A mãe aguarda a decisão judicial, mas já deu início a uma campanha de conscientização sobre alimentação especial nas escolas. Ela também tenta dialogar com a escola para que reveja suas normas e considere casos de saúde como exceções justificadas.
Enquanto isso, o debate segue firme: regras escolares devem proteger, mas nunca podem se tornar barreiras à dignidade e ao cuidado com a saúde.